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terça-feira, 13 de julho de 2010

Um dia difícil.

Tem gente que enxerga somente o lado bom das coisas, outros enxergam somente o pior dos lados. Muitos quando me vêem colocando as coisas no carro, pensam logo: "Folgado, gastando dinheiro à toa com aviãozinho!". Bem, primeiro não é aviãzinho e muito menos brinquedo. É aeromodelo, arte e ciência. Podia ser esporte, mas nessa zona chamada Brasil pouca coisa anda sendo feita para que o aeromodelismo se torne esporte de verdade.


Outros acham que minhas tardes na pista só servem para meu lazer egoísta. Pois é, tem dias que todo o tempo de pista vira trabalho. Aero dá problema, não pega e quebra. Sim, às vezes quebra e quando isso acontece, melhor que seja no solo e não ao solo.


Bem, tem aqueles dias difíceis de estreia, de um vôo tenso por ser um aero desconhecido ou novo. Passei por isso na estreia do meu CAP 232 27% e foi da pior forma possível, pois teimei em voá-lo com um vento forte. Vou tentar narrar o sufoco.


Montei o aero decidido à voar e achava que o vento seria algo legal para um aero grande. Pois o tamanho deveria me ajudar nas manobras e no pouso. Não conhecer direito o equipamento é algo temerário em determinadas situações e nesse dia cometí um grave erro de julgamento sobre a força do vento. Quanto dei partida no aero o Bruno, um amigo, me falou: "Vai voar com esse vento?". Pois é, vou e fui. Quando decolei o vento que já estava forte, resolveu acelerar comigo, ficou mais forte. Após uns 5 minutos de vôo o Bruno, que de bobo não tem nada, chegou e me pediu para começar a tentar pousar, pois não sabiamos como o motor estava consumindo e era melhor não arriscar pousar de última hora. Bem, pelo menos nessa hora o juízo falou mais alto. Só que, já tinha me arrependido de ter decolado e, a partir desse momemento, me arrependeria mais ainda. Tentei a primeira vez e o vento não deixava baixar o aero, para complicar era um vento com muito turbulência, aqui dificilmente venta constante. Passada a quarta tentativa, comecei a pensar: "Pôxa vida, onde fui me meter! Eu tinha que decolar!" Tremer era algo normal nessa hora, mas pensei em não me entregar e nunca passar o rádio para alguém pousar para mim. Era a terceira vez que voava o CAP e não queria quebrar ele tão cedo, porém a coisa estava caminhando para o pior. Ainda bem que, o pessoal da pista apareceu para ajudar. É certo que no meu nervosismo não conseguia por em pratica tudo o que a gente aprende com o tempo e ouve nessas horas. Mas, meu treino no simulador e as horas de vôo e treino começavam à valer alguma coisa. Resolvi tentar novamente e pensando em arremeter se não desse, nada de arriscar uma quebra. Foi nesse momento que consegui me tranquilizar, pois descobri ali que o aero obedecia, e bem, ao comando do acelerador.

Consegui pousar na oitava tentativa, arrastei um pouco a ponta da asa, mas deu tudo certo. Consegui! É isso que importava nessa hora. Descobri que uma picada no stick resolve muita coisa e que o CAP é complicado em pré-stoll. Mas, depois de alguns vôos ele estaria dominado.
Certamente que aprendí duas coisas simples. Sem o devido domínio do aero, no caso um 50cc, jamais arriscar voar em condições climáticas adversas. E, não se entregar à adversidade, pois ela pode nos ensinar bastante e não bancar o heroi quando a coisa está complicada. Não dá para pousar, arremeta e tente novamente! Não é vergonha. Melhor um covarde vivo do que um heroi morto.

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