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domingo, 25 de julho de 2010

A vítima.

A pouco tempo surgiu na nossa pista uma epidêmia de aeros 3D à gasolina. Com essa epidêmia, surgiu uma nescessidade de aprendermos manobras diferentes. Coisas que para alguns podem ser simples, para quem nunca fez é a maior dificuldade. Torque roll, Harrier, Elevator, Blender e por ai vai, são várias manobras e cada uma com um grau de dificuldade que iníbe muito iniciante. Mas, a prática faz com que você crie confiança e com isso aumente os riscos.

Bem, na verdade começamos em um pequeno grupo, 4 amigos, a tentar realizar algumas manobras com certa perfeição. A primeira seria o torque roll, inclusive com a brincadeira de que o primeiro à conseguir passar o leme o mais próximo da grama ganharia um prêmio. Não que a aposta fosse importante, tanto que não entrei na brincadeira, mas aceitei o objetivo de realizar a manobra, logo eu que só vôo escala.

Bem, no simulador, sou um exímio piloto nessa manobra. Tenho uma certa vantagem sobre meus amigos, mas simulador é algo completamente diferente da adrenalina ao vivo. Primeiro, no simulador uma queda não custa nada, basta reiniciar e voar novamente. Voando um aero de verdade, qualquer tombinho besta pode ser um grande prejuízo.

Como elegemos o torque roll e não faz um mês que comecei a voar meu Giant, um CAP 232g 25% com motor 50cc, já comecei mostrando para o pessoal que a minha performance era muito consistente, pelo menos nessa manobra, e como sabiam do meu treinamento, alguns partiram para o simulador para me alcançar. Vamos aos meus amigos, que estão aprendendo junto comigo a executar o torque roll.

O Rodrigo, melhorou bastante pois já vinha treinando e voando Giant a pelo menos um ano. Claro, nunca conseguiu parar o aero no torque e, muito menos, ter segurança na manobra. Mas, já ví melhoras. Segundo ele treina pouco no simulador porque não tem "saco".

Ernesto, reclamava que nem no simulador conseguia parar um aero direito e com o treino já mostra sinais de consistência, inclusive fazendo um giro completo e não dando grandes sustos nas saídas. Só que ele vinha enfrentando com seu aero o problema de ter um Glow com motor à gasolina, pouco peso na cauda e o aero fica muito arisco por ter um peso de nariz muito grande para o seu tamanho. Pelo visto hoje conseguiu um grande sucesso com um pouco de peso na parte de trás do aero. Outra coisa é ter um melhor equilibrio nas reacelerações. A manobra está ficando boa.

E por último o Bruno. Que me disse não treinar no simulador à muito tempo, mas voa muito bem. Acontece que ele é o mais atirado para arriscar manobras diferentes e logo achei alí um bom termômetro para o meu nível na manobra. Pois, se tinha alguém que poderia puxar o nível da brincadeira para cima, ou para o mais próximo do solo possível, esse seria o Bruno.

Mas, o Bruno se tornou a vítima da própria vontade de aprender e fazer melhor à cada tentativa. Muita gente diz que, para aprender o torque roll tem dois caminhos, muito alto ou muito baixo, no meio termo é muito mais perigoso, pois não há margem para erro e se acontecer o aero só ganha velocidade para fazer um estrago maior. Estando muito alto há tempo para recuperar e muito baixo o tombo pode ser menor.

Para conseguirmos fazer uma manobra muito baixo, infelizmente passamos pela meia altura. E se o erro acontecer ai pode nos custar o aero. E foi isso que aconteceu com o Bruno.

Surpreendentemente a maior dificuldade do torque não é a manobra em sí, mas na superação do medo de cair. É preciso saber recuperar o aero de uma queda perdendo o mínimo de altitude possível. Quando o aero tombar o nariz para o lado, qualquer lado, recomenda-se dar potência e tentar sair com a menor perda possível de altitude. É nescessário muita prática para sair do sufoco e escolher a melhor posição para movermos os sticks e fazer a recuperação. Muita gente quando tem um problema com o aero em alguma manobra tem a tendência de baixar a aceleração, principalmente quando o aero entra no dorso e começa a descer. O que é muito fácil de ocorrer no torque, pois muitas vezes cabramos demais o profundor e o aero pode cair de costas na manobra. É preciso picar tudo e dar motor e foi ai que o meu amigo errou.

Ele nem estava fazendo o torque, estava já tentando o harrier quando deu muito motor e entrou no torque e logo na sequência o aero tombou no dorso. Quando ele cortou o motor comentei com o Ernesto que estava ao meu lado, "Ele tirou o motor, está errado. Não vai dar tempo de sair!". Foi uma lenha clássica, aero caíndo estolado e o piloto batendo asa tentando recuperar. Faltou um pouco de sangue frio, para sair sem maiores danos ou, que fossem o mínimo possível. Porém, o prejuízo foi de total destruição do aero.

Bem, só quebra aero quem voa. E quebra mais quem tenta fazer manobras arriscadas e que ainda estão na fase do aprendizado. O Bruno, sempre arriscou mais e, tenho certeza, gostaria de fazer uma manobra com maior grau de dificuldade. Errou e pagou o preço, meio caro pois vai ter que comprar um aero novo e algumas peças que quebraram no, bem..., pouso.

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